por Redação MundoMais
Quarta-feira, 11 de Maio de 2011
Após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de reconhecer a união homoafetiva estável como unidade familiar, conservadores resolveram reagir. Panfletos com ataques a representantes de movimentos de defesa dos homossexuais estão sendo espalhados pela cidade de Resende, interior do Rio de Janeiro. O material é assinado pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que recentemente esteve envolvido em uma polêmica ao fazer declarações homofóbicas e racistas no humorístico CQC, da Band. O material também está disponível no website do deputado.
Em uma das partes do panfleto, "Defensores do fundamentalismo homossexual em ação", aparecem fotos e frases do presidente do Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott, do presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, e de Beto de Jesus, integrante da executiva da entidade. O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (MEC), André Lázaro, também é mencionado em razão de um comentário dele sobre um dos vídeos que fazem parte do kit de combate à homofobia - apelidado pelos críticos de "kit gay" -, que será distribuído em escolas públicas.
O panfleto está sendo distribuído no Rio de Janeiro e em Brasília. Alguns dos itens do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT também são citados no material.
Na mesma página, em destaque, mais um "alerta": "Querem transformar, na escola, seu filho de 6 a 8 anos em homossexual" - afirma em mais uma alusão ao material de combate à homofobia que, segundo o MEC, será voltado exclusivamente para adolescentes.
No final do material, ao lado de uma foto do deputado Bolsonaro fardado, mais um recado:
- Com o falso discurso de combater a homofobia, o MEC em parceria com grupos LGBTs, na verdade, incentivam o homossexualismo (sic) nas escolas públicas de 1° Grau, bem como, tornam nossos filhos presas fáceis para pedófilos.
Logo depois da divulgação de que o Supremo se posicionou a favor da equiparação de relações estáveis homoafetivas a uniões estáveis heterossexuais, o parlamentar ironizou a decisão, dizedo que o próximo passo seria a legalização da pedofilia. O deputado também argumentou que a Corte Suprema extrapolou sua função ao julgar tema já previsto na Constituição.