por Redação MundoMais
Quinta-feira, 13 de Outubro de 2011
SÃO PAULO - O supervisor financeiro de 30 anos que foi agredido na região da Avenida Paulista no dia 1º deste mês, teve alta do Hospital Nossa Senhora de Lourdes na tarde desta segunda-feira (10). Na semana passada, ele havia voltado para o hospital queixando-se de fortes dores de cabeça, com traumatismo craniano e hemorragia cerebral, segundo informou seu companheiro, o analista fiscal Marcos Paulo Villa, 32 anos. (confira no vídeo abaixo)
Nesta segunda, Villa disse ter reconhecido os dois suspeitos da agressão na delegacia.
Os dois disseram ter sido agredidos com socos e pontapés por dois homens que os seguiram desde uma casa noturna na Rua Bela Cintra, região central de São Paulo, de onde eles haviam saído. O supervisor financeiro teve a perna direita fraturada em dois pontos, além de hematomas na nuca e nas pernas.
Villa esteve no início da tarde na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), no Centro da capital, e afirmou não ter dúvidas sobre os agressores. “Fiz o reconhecimento, são eles mesmo, as fotos estão bem nítidas.”
A Polícia Civil identificou na sexta-feira (7) os dois homens suspeitos de agredir Villa e o companheiro dele. “Eu quero dar os parabéns para a polícia, que conseguiu identificá-los rapidamente. Agora depende da Justiça continuar com o caso. E que sejam criadas leis para se evitar esse tipo de crime."
Segundo a polícia, antes das agressões, os suspeitos tentaram paquerar duas amigas do casal, mas não foram correspondidos. Ao deixar o local, as vítimas disseram que foram ofendidas pelos estudantes por palavras homofóbicas.
Autoria esclarecida
A delegada Margarette Barreto, titular da Decradi, disse que a autoria das agressões ao casal gay já foi esclarecida, mas o indiciamento só ocorrerá com o fim do inquérito, porque ainda é aguardada uma série de diligências. Os reconhecimentos foram feitos por meio de fotos e imagens das câmeras de segurança do posto e do bar. O fornecimento da lista de frequentadores pelos donos do bar foi decisiva, segundo a delegada, para a identificação dos agressores. Um deles tem passagem na polícia por ameaça e lesão corporal culposa.
Os suspeitos são um auxiliar de produção de 26 anos e um cozinheiro de 25 anos. Apenas o primeiro foi ouvido até agora na Decradi. A polícia intimou o outro agressor, que deve comparecer na delegacia depois do feriado (12).
Um dos dois suspeitos da agressão negou nesta segunda-feira que a briga tenha sido motivada por homofobia. “Não sou homofóbico, tenho amigos homossexuais. Tenho sim [amigos gays], tenho na minha faculdade e próximo a minha casa. Sempre frequentei baladas GLS”, afirmou o universitário.
Pela versão do jovem, ele estava conversando com a amiga dos gays quando o coordenador chegou e beijou a mulher, como se ela estivesse acompanhada. Villa negou o beijo e disse que nenhum deles agrediu os dois suspeitos. O analista disse se sentir incomodado com o fato de os agressores continuarem em liberdade.
Assista a reportagem da semana passada, e entenda o caso: