por Redação MundoMais
Sexta-feira, 02 de Outubro de 2015
Desde ontem, 1, a população transexual já pode usufruir do serviço de hormonioterapia gratuitamente nas Unidades Básica de Saúde (UBS) da cidade de São Paulo. O atendimento foi iniciado pelas nove UBSs da região central, região onde concentra 70% das pessoas transexuais da cidade , segundo a prefeitura. Os transexuais também contarão com acompanhamento de psicólogo e endocrinologista, além da criação de um protocolo de atendimento aos usuários interessados em iniciar a hormonioterapia.
A iniciativa é das secretarias municipais da Saúde e de Direitos Humanos e faz partes dos eixos da Política Municipal de Atenção à Saúde Integral da População LGBT, além de seguir diretrizes da Política Nacional de Saúde Integral da População LGBT, do Ministério da Saúde. Segundo o secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha, o paciente precisa procurar uma dessas UBSs onde passará por sessões com um psicólogo que irá elaborar um laudo analisando se ele está convicto que é aquilo que quer e vai encaminhar o paciente para consulta com o endocrinologista que vai solicitar exames e avaliar se vai prescrever o tratamento . “A ideia é que possamos levar essa discussão e a capacitação dos profissionais para as outras regiões da cidade, já que na maioria delas já há atendimento ao público LGBT”, diz Padilha. Ao procurar uma UBS buscando a hormonioterapia, a pessoa será encaminhada para uma unidade que tenha atendimento psicológico. Já o médico endocrinologista fará atendimento somente na UBS Santa Cecília
Projeto Transcidadania
Na primeira fase do programa, o cuidado será iniciado com as beneficiárias do Projeto Transcidadania – política de fortalecimento da recolocação profissional, reintegração social e resgate da cidadania –, pois a maioria delas já faz uso de hormônio. Padilha informa que essa é a primeira ação de outras que foram definidas e serão implementadas de forma gradativa seguindo as diretrizes da linha de cuidados para poder atender às necessidades desta população. “A hormonioterapia precisa ser acompanhada por um profissional qualificado, com prescrição médica, para que a população trans não coloque a saúde em risco”, afirma.
Hormônios
O tratamento com hormônios tem como finalidade o desenvolvimento de características sexuais secundárias compatíveis com a identidade de gênero da pessoa. Geralmente a hormonioterapia é para a vida toda, sendo interrompida somente para a realização de cirurgias. Por falta de atendimento na rede pública, muitas pessoas transexuais acabam recorrendo à automedicação. No entanto, o ideal é ter o acompanhamento com o endocrinologista para estabelecer a dose ideal do medicamento para cada pessoa e evitar problemas relacionados ao uso inadequado de hormônios. Hoje a população transexual de São Paulo conta com atendimento de hormonioterapia apenas no Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids do governo paulista, que presta atendimento à população transgênero desde 2010, no bairro Santa Cruz, zona sul da capital paulista.