por Peter Cummer
Sábado, 15 de Janeiro de 2011
Quando conheci o Lucas ele era meu aluno. Era franzino, meio afeminado, e tinha uma certa fixação em mim. Após sofrer algumas provocações na escola, o rapazinho saiu da instituição. Imagino que este tenha sido o motivo. Anos mais tarde o reencontrei na praia de Ipanema, acompanhado de sua namoradinha, Luana, que ainda era minha aluna. Fiquei surpreso ao revê-lo, pois estava bastante diferente. Seu corpo, delineado, robusto, viril, deixara pra trás a aparência lânguida e frágil dos anos anteriores. Manteve, entretanto, seu senso de humor, seu ar de ironia, um certo deboche provocante que me levou a ceder ao convite de entrar em sua casa, após uma carona, e trepar com o belo – e apetitoso – rapaz. Transamos naquele dia, sob o pretexto de conferir o sabor de seu “sacolé”, que me fora oferecido na praia, mas degustado em sua casa, no Méier. Aquele instante foi pra mim extremamente excitante, mas muito confuso. Saí da casa do Lucas e pensei em ir pra casa. Declinei. Decidi passar no Méier, pois precisava comprar uns artigos de informática e uns quitutes para a geladeira.
A casa do Lucas era mais pro Engenho de Dentro que pro Méier, embora ele dissesse morar neste bairro, talvez por causa de seu prestígio suburbano. Como eu estava de carro, ali da Rua Maranhão ao centro do Méier não me custou cinco minutos. Fui à loja de informática, fiz o que tinha de fazer, e entrei no mercado. Quando estava no estande de frios, lembrei do Lucas e de seu “sacolé”. Ri pra mim mesmo, dei de ombros e continuei as compras. O celular tocou.
– Alô!
– Alô, quem é? – respondi.
– Já esqueceu a minha voz? Será que esqueceu meu gosto também? – respondeu Lucas, do outro lado. Como ele conseguira meu telefone?
– Rapaz, como você sabe meu número?
– Você esqueceu sua mochila.
– Puta-que-o-pariu!
– Desculpa ter aberto sua bolsa, mas é que era o único jeito de ter algum contato seu. Dei sorte de achar um número aqui, liguei pra ele e disse pra moça que tinha achado sua mochila no ônibus.
A moça à qual Lucas fazia referência era Estela, uma sobrinha que não via há tempos. Foi ela quem lhe deu o número de meu celular. Não sei se pra minha felicidade ou minha perdição. O fato é que aquela não foi a única vez que o Lucas me ligaria.
Marcamos na semana seguinte para eu buscar a mochila. Eu confesso que estava um tanto nervoso, quiçá meio desconfiado do jeito descolado e audacioso do meu anjo rebelde. Preferi a precaução. Antes de chegar à Rua Maranhão, liguei pro Lucas e pedi pra que ele me esperasse na porta de casa. Era uma quarta-feira, e sua mãe – que trabalhava fora aos fins de semana – poderia suspeitar da minha presença ali. Lucas concordou em levar a mochila até o carro. Quando cheguei no portão, ele não estava. Fiquei puto, liguei de novo. O celular tocou e ninguém atendeu. Saí e toquei a campainha, esperando ser recebido com surpresa pela dona da casa. Mas foi Lucas quem atendeu a porta.
– E aí, professor? Foi mal, eu estava no telefone e no celular tocou ao mesmo tempo e...
– E a mochila?
– Entra aí, pô.
– Mas sua mãe...
– Relaxa, ela ligou pra dizer que vai demorar mais um pouco. Foi ao banco e parece que a fila ta grande.
Não resisti, novamente. Entrei.
– E por que não atendeu o celular? - questionei, desconfiado.
– É que um amigo meu ligou pra mim, e o senhor ficou na chamada em espera.
– Ah, conta outra. Você estava é a fim de me deixar puto.
– Tô falando sério, parceiro. É o Alan, meu brother. Ele vem aqui agora me trazer um convite pra uma balada sexta à noite. Ta a fim de ir, professor?
– Sexta eu trabalho, cara. Nem dá. E sábado dou aula particular, de manhã.
– Pô, eu tava a fim de ter umas aulas particulares com o senhor. Iguais aquela da semana passada. - disse Lucas, sorrindo.
– Cara, aquilo foi uma viagem, esquece isso.
– Ah, vai dizer que o senhor não gostou do meu sacolé?
– Não, não é isso. Foi bom, cara, mas...
A campainha tocou. Era o Alan, o amigo do Lucas. De fato o rapaz viera lhe trazer o convite da tal festa. Alan parecia ser mais novo que Lucas. Era loiro, olhos cor de mel. Tinha os cabelos lisos, arrepiados. No seu rosto, suas sobrancelhas grossas e pretas marcavam sua expressão, e sua boca desenhada era uma permanente tentação para gregos e troianos. Era magro, de altura média, tinha uma boa e atraente silhueta, embora as roupas que vestia não contribuíssem muito para apreciar os contornos de seu corpo. Era meio fanho, mas seu timbre não chegava a ser irritante. Antes, conferia-lhe um charme a mais à sua beleza exótica.
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– Alan, esse aqui é o meu professor. O melhor professor de matemática do Brasil. Professor, não te disse? Esse é o Alan, meu brother.
– Prazer, Alan. Mas eu já to de saída, não me leve a mal.
– Só porque eu cheguei? Sacanagem, parceiro. – Interveio o garoto.
– Fica mais um pouco, professor, por favor. O senhor quer outro sacolé, quer?
A pergunta não entrou nos meus ouvidos; ela rasgou os meus tímpanos, penetrando fundo na minha consciência e me deixando entre o temor, a confusão e a excitação.
– Não entendi. – respondi.
– Entendeu, sim... o senhor quer ou não quer? – perguntou Lucas.
– O senhor gosta de sacolé, professor? – interveio o outro. – E de que sabor o senhor prefere, coco ou chocolate?
A atitude do Alan me deixou ainda mais confuso, o que não impediu meu pau de endurecer na hora. Eu não estava acreditando! Estariam ambos me provocando?
– Você também quer um sacolé, Alan? – insistiu o Lucas.
– Com certeza, até dois. – respondeu o amigo.
Nesse instante, ali na sala, os dois começaram a se beijar. Eu, excitado, não sabia bem o que fazer. Fiquei muito surpreso com o que estava acontecendo. Os dois tiraram a blusa e lambiam-se, rindo, de quando em vez, um para o outro, quando não olhavam oportunamente para mim.
– Você ainda não me respondeu. – disse Alan – coco ou chocolate?
– Pra falar a verdade eu sou vidrado em chocolate e tenho um puta tesão em coco. – respondi, já ciente de que minha fala significava ter cedido ao convite duplo dos rapazes. Tentei consertar, num leve arrependimento, mas fui vencido pela ocasião.
– Até gosto de coco, mas este sabor me parece ser novo demais para ser degustado. – argumentei, tentando me livrar da tentação loira.
– O sacolé de coco tem dezoito anos, fica tranqüilo... e a mesma medida em centímetros. Vai recusar?
Como recusar uma proposta dessas? Juro que tentei, mas fui vencido pelo tesão. Tirei na hora o pau dos dois e comecei primeiro a provar o novo sabor de coco e, em seguida, degustar o já conhecido chocolate. Os dois revezavam-se ao penetrar minha boca. Eu, ajoelhado, chupava a cabeça de um e alternava, lambendo o saco do outro. Em seguida, não media esforços em lamber a virilha do primeiro, e assim continuávamos completamente despreocupados com o mundo lá fora.
– Chupa seu puto. Chupa esse caralho gostoso, chupa.
– Que professorzinho é esse, brother! Que boquinha de veludo... hum... – dizia Alan, enquanto me dava tapinhas na cara. O garoto, apesar de novo, era extremamente safado. Gemia e falava muita putaria, olhando nos meus olhos. Falava fazendo um biquinho com a boca, com sua voz fanha, adolescente. Suas mãos, estendidas por sobre a cabeça, compunham uma cena de dominação. Ele, o macho dominante, reinava soberano no sofá. Eu, servo, chupava como se chupar fosse minha mera obrigação. O Lucas preferia segurar na minha cabeça, fazendo-me engolir seu cacete. Era até meio desajeitado, porque algumas vezes eu fazia que vomitaria. Ele aliviava, e então em seguida forçava novamente:
– Não pára não, sua puta. Mama gostoso essa rola, porra! – dizia com tesão o garoto do sabor chocolate.
– Agora você vai provar o sabor “Prestígio”. – improvisou Alan, propondo-me degustar ao mesmo tempo “coco” e “chocolate”.
Os dois ficaram em pé. Precisei de um pouco de calma pra fazer as duas picas entrarem na boca. Mas elas entraram. Não completamente, mas posso dizer que consegui mantê-las, com certa margem de conforto, à altura das cabeças. O fato em si – a dupla penetração oral – era mais tentador do que a profundidade que a penetração adquiria. Aquele momento os garotos pareciam querer abusar do cara mais velho. Queriam relaxar, queriam aproveitar, brincar, gozar e pronto. Faziam parte de uma juventude muito despreocupada com modelos pré-moldados de sexualidade.
– Toma pirocada na cara, professor. Ta gostando?
– Estou adorando, seu moleque safado!
Lucas e Alan me batiam com seus pênis na cara. Os dois babavam pelo pau. O líquido de ambas as picas desenhavam teias entre meu rosto e seus corpos. Aquela brincadeira estava muito intensa, muito molhada, muito quente. A esta altura estavam os dois pelados, completamente nus. O único a vestir alguma coisa era eu, um short, de onde eu tirava meu pau para me masturbar enquanto eu era sabatinado com dose dupla de pica. Quando eu resolvi tirar o short pra facilitar a punheta, o Alan viu minha bunda e enlouqueceu. Minha bunda lisa contrastava com meu corpo, que tinha muitos pêlos, embora aparados à máquina. Modéstia à parte, minha bunda sempre foi muito gostosa. E o Alan não conseguiu resistir ao desejo de querer comê-la.
– Quero te fuder, professor. Dá esse rabo pra mim. Vou meter gostoso nesse cu, porra!
Em pé, empinei o rabo e o Alan iniciou um delicioso cunete. Lucas aproveitou a ocasião pra me chupar enquanto seu amigo me degustava por trás. Eu era o recheio do sanduíche. Lucas chupava gostoso, como macho. Lambia as bolas, melava-me a virilha, o umbigo. Ele não provava apenas meu pau. Ele me engolia por inteiro. Em segundos já estava na minha boca, beijando-me bem molhado com seus lábios aquecidos, voluptuosos, irresistíveis. Alan permanecia mesmo fixado na tentação de me comer. Foi até um canto da sala e pegou na sua bolsa uma camisinha. Meteu-lhe no pau e cuspiu na mão. Passou na camisinha que já embalava seu instrumento. Cuspiu novamente e molhou meu ânus por fora. Como não pudesse perder a oportunidade, aproveitou e enfiou bruscamente um de seus dedos, brincando devassamente com o calor interno do meu corpo. Tirou o dedo e preparou-se para me enfiar o pau, quando a campainha tocou.
– Puta-que-o-pariu, minha mãe! – bradou Lucas!
– Filho da puta! – pensei comigo – e agora, cara?
– Vão pro quarto vocês dois que eu vou atender a porta. – disse, vestindo-se a esmo.
Entramos no quarto e, desesperados, escondemo-nos embaixo da cama. O desespero que a campainha causou impediu Lucas de pensar racionalmente, desorientando-o completamente quanto à atitude a tomar. Pensasse com mais calma, saberia que sua mãe jamais tocaria a campainha, pois possuía a chave de casa. Além do mais, não era ela quem disse que ficaria até mais tarde na rua? De qualquer forma, o toque da campainha dissipou qualquer lógica da cabeça do Lucas, e somente sua mãe lhe viera à cabeça ao sonzinho que ressoava da porta. Mas não era ela, afinal, quem tocava a campainha.
– Luana? – indagou Lucas, ao abrir a porta.
– Que isso Lucas, que desespero! Parece que viu um fantasma.
Era sua namorada. Mas o que ela fazia ali, naquela hora?
– Você não tinha que estar na escola?
– A professora nova de ciências faltou, e o Lúcio, aquele chato, de português, graças a Deus passou mal. Aí eu saí cedo e resolvi vir pra cá, já que a gente faz aniversário de namoro hoje. Feliz nove meses, amor.
A vontade do Lucas certamente era responder: “Nove meses é o caralho!”, mas conteve-se em repetir a mesma frase de sua namorada, selando-a com um beijo deveras cínico.
Luana estava decidida a fazer uma surpresa para Lucas. Iria convidá-lo para ir ao cinema logo à noite e estender o programa num motelzinho da Zona Norte. Comentou a proposta com seu namorado, mas ele declinou. Como não haveria motivos que explicassem sua desistência, e para que a namorada não ficasse com a pulga atrás da orelha, o guri resolveu ousar, apostando no programa a dois naquela hora mesmo, já que sua mãe não estava em casa. A garota, que já estava no quarto, aceitou a proposta e mordeu a isca. Embaixo da cama, Alan e eu permanecíamos imóveis, sem saber o que estava acontecendo. Surpreendemo-nos com a entrada da Luana no quarto, e a essa hora o coração batia a mil por hora. Luana era minha aluna e inimiga mortal do Alan. Mas naquele momento e naquela situação nada poderíamos fazer. Ou poderíamos?
Luana e Lucas começaram a se beijar em cima da cama. Ela, bastante fogosa, dizia-lhe coisas bastante excitantes. O som de sua voz era obtuso. Parecia que ela falava com a língua dentro da orelha do Lucas. Ele, no auge de sua safadeza, retribuía-lhe a putaria, dizendo em voz alta tudo o que ele faria com ela na cama naquele momento.
– Sua vadia safada, minha cachorrinha... fala pra mim o que você quer, fala.
– Quero te chupar todinho...
– Você vai meter a boca no meu caralho, é?
– Você quer?
– Quero sim, meu amorzinho. Minha safadinha gostosa.
– E você, o que quer fazer?
– Eu quero meter o dedo na tua bocetinha quente.
– Então mete vai... enfia esse dedo em mim... hum, isso... ai, delícia! Que gostoso...
– Toma dedada na boceta, sua puta.
– Mete gostoso, amor.
– Chupa esse pica enquanto eu te meto o dedo.
– Ai, que delícia, Lucas! Me chupa também vai.
– Hum... que grelo gostoso, safada... que boceta quentinha...
A narrativa do Lucas parecia bastante proposital. A Luana não fazia a menor ideia do que estava acontecendo no quarto, mas ele, sim, sabia muito bem da situação. Ele sabia que embaixo da cama estávamos Alan e eu. Sabia também que estava sendo ouvido. Sua voz narrando a foda começou a nos excitar. O medo sucumbiu ao desejo e o Alan começou a roçar atrás de mim. A diferença é que não poderíamos dar um pio sequer. Mas seu gesto era plenamente inteligível. Seu pau ainda estava vestido com a camisinha que ele se esquecera de tirar no auge do desespero. Apesar de ter amolecido, com as mãos ele a acomodou novamente no pau conforme este se endurecesse. Não havia tempo nem condição para colocar uma nova camisinha. Enquanto Lucas transava com sua namorada em cima da cama, Alan começava a me penetrar embaixo dela. Eu estava de lado, imóvel, e ele, atrás de mim, melava-me o rabo com os dedos. Abria levemente minhas pernas, afastava uma nádega da outra e enfiava devagar o cacete. Segurava na minha cintura e puxava contra seu corpo. Quando suas mãos se desocupavam, ele logo tratava de me abraçar, apertando meu peito ou pegando na minha cabeça, puxando-a para si, para trás. Era quando ele enfiava a língua no meu ouvido me dizendo putaria aos sussurros. Era também quando ele me lambia o pescoço ou mordia minha nuca.
Lucas penetrava Luana e já estava prestes a gozar. Seus movimentos aumentaram e nós aproveitamos a situação para relaxar um pouco com a preocupação e decidimos também investir nos movimentos mais bruscos. Luana gemia feito uma bezerra, e isso era bom, porque abafava os ruídos da foda secreta embaixo da cama. Luana disse que iria gozar e Lucas, que estava sem camisinha, retirou o pau e mandou que a namorada abrisse a boca para tomar leitinho quente.
– Toma porra na cara, safada! Bebe meu leite, sua vaca... – dizia, enquanto sua namorada se masturbava...
– Ah, ahn... me dá leite, eu vou gozar... – exclamava com tesão a garota.
Naquele momento decidimos também que era a nossa hora. Gozamos os quatro juntos. Eles, em êxtase, escandalosamente. Nós, embaixo, trepávamos em surdina. Luana decidiu tomar um banho e Lucas não tardou em nos facilitar a saída da casa. Dei carona ao Alan, mas não tivemos muito assunto no carro. Quando finalmente cheguei em casa, me dei conta de que houvera esquecido novamente a mochila na casa do Lucas, e que a viagem até a Rua Maranhão tinha sido em vão. Em vão? Nem tanto... O fato é que eu precisava da mochila de qualquer jeito, e, para meu deleite, faria de tudo para recuperá-la novamente.