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Hugo, o Seminarista

Continuação da série “Segredo Sagrado” com a história do encontro e do reencontro com Hugo, um jovem seminarista pretendente ao cargo de pastor. Entre o encontro e o reencontro, muitas águas acabam rolando, e um enredo com muito sexo, hipocrisia e traição dão o tom deste novo conto do escritor Peter Cummer.

por Peter Cummer

Sexta-feira, 07 de Outubro de 2011

Quando o maestro introduziu a música que abria a cerimônia, meu coração gelou. Todos pareciam muito emocionados, mas o que eu sentia era um misto de ansiedade e nervoso. Mas não tinha como hesitar. E entrei.

Pé ante pé, todos os casais seguiam muito impecáveis na sintonia, no ritmo e na elegância. E eu estava lá, menos preocupado com a Adriana, que me acompanhava, do que com o encontro que se aproximava. E eu sabia o que encontraria lá e, por isso mesmo, a situação me era extremamente desconfortável. Ele não sabia que eu estava entre os padrinhos. Era muito mais difícil que ele conhecesse cada uma das testemunhas do que elas saberem quem era o celebrante. E o celebrante era Hugo, o seminarista. Àquela altura, pastor. Quando cheguei próximo ao altar, não teve como evitar a troca de olhares. Ele se desconsertou, enquanto eu tentava a todo custo disfarçar o constrangimento promovido pelo reencontro. Dei de ombros, torci o rosto para outro canto e me posicionei com a Adriana na seção destinada aos padrinhos. Era o casamento da Natália, minha amiga de infância, a quem eu considerava como prima. Ela entrou linda, vestido marfim, impecável. Vestido discreto, retilíneo, destacando mais a grinalda e o véu que a própria roupa. Em suas mãos, um buquê de rosas vermelhas que chamava a atenção de todos os presentes, cada qual – como se tivessem ensaiado – levantava-se para admirar a beleza da noiva, que entrava sozinha na igreja.

– Melhor assim! – pensei – que a atenção de todos continue sobre a noiva. Tudo o que eu mais quero agora é ser uma formiga, invisível, imperceptível.

Ledo engano. Quando a cerimônia terminou e todos se encaminhavam para dar os cumprimentos aos noivos, foi inevitável que passássemos um pelo outro. Obviamente ele me viu entrar na igreja. Durante a cerimônia percebia as inúmeras vezes que ele se dirigia a mim com o olhar. Naquele momento em que ele não mais era obrigado a se prender aos protocolos da celebração, não mediu esforçou para vir falar comigo. Tentei evitar. Tentei sair pela lateral, mas a igreja estava lotada, sem chances. Percebi que ele me seguia, fugi. Ao vê-lo caminhando em minha direção, esquivei. Não teve jeito. O encontro foi inevitável. Hugo me pegou pelos braços disfarçadamente enquanto eu tentava sair pela porta, às escondidas, no meio da multidão. Apertou firme o meu braço e disse, sorrindo – não porque estivesse feliz, mas porque disfarçava seu incômodo – por entre os dentes:

– Espera. Eu quero falar com você.

Anos atrás havia acontecido aquele lance com o Elias, o filho do pastor. Eu tinha 16 anos e foi com ele que eu tive a minha primeira vez. Depois de algum tempo Elias se casou. Porém ele, por ainda estar preso a dogmas religiosos, provavelmente tem até hoje uma vida dupla. Meu caminho foi diferente. Com o tempo fui me libertando dessas amarras religiosas. Mas mesmo assim, ainda haveria de esbarrar outras vezes com pessoas mal resolvidas em sua relação pessoal com Deus. E o Hugo era uma dessas pessoas mal resolvidas que apareceram no meu caminho. Ele era irmão do diácono Joel, meu antigo professor da Escola Dominical. Hugo e eu éramos da mesma classe. Ele, sete anos mais velho que eu. Depois do episódio do Elias, acabei me afastando daquela comunidade religiosa. Mas eis que a roda da vida me jogou novamente para aquela igrejinha. A pedidos de minha mãe, voltei a freqüentar os cultos. Não porque tivesse vontade, mas mais para acompanhá-la em seu processo de cura interior, devido a uma crise depressiva que a abateu durante longos anos. Quando eu voltei a freqüentar a escola dominical, o diácono Joel tinha falecido. Para minha surpresa, seu irmão tinha assumido a docência. Eu nunca fui muito com a cara do Hugo, mas o que poderia fazer? Ele era o seminarista da igreja! Fiquei pasmo quando eu soube que aquele cara chato e antipático tinha sido promovido a seminarista.

Foram dois longos meses até que os primeiros problemas nas aulas da escola dominical começassem a aparecer. Eu não tinha o menor saco para moralismos religiosos. Estava no início da faculdade, vendo e revendo meus conceitos. Meus hormônios estavam à flor da pele e não havia Cristo que fizesse meu pau baixar quando me sentia atraído por um homem que me olhasse a fundo no ônibus, ou me cantasse durante uma chopada. Amanheceu num dia intenso de inverno. O seminarista Hugo resolveu que aquele domingo frio era dia de estudarmos sobre o apóstolo Paulo. Contou sobre como veio a se chamar Paulo, sua ida a Grécia, e tudo o mais. Mas quando ele chegou à Carta de Paulo aos Coríntios, foi enfático no capítulo 6, verso 10:

– “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus.” – disse o seminarista, lendo o trecho da Bíblia.

Essa passagem não fazia o menor sentido pra mim, nunca me desceu. Passei a adolescência inteira tentando entender por que sodomitas e efeminados não entrariam no céu, e me martirizei durante anos. Era a minha chance de replicar. Levantei o braço e instiguei:

– Professor, eu não concordo.

– Como assim você não concorda? É a Bíblia!

– Tudo bem, mas não faz sentido. O ladrão não vai pro céu?

– Não.

– Mas não foi Cristo quem disse “Ainda hoje estarás comigo no Reino dos Céus” na cruz? E o cara não era ladrão?

– É, mas se arrependeu.

– Tudo bem, mas que era ladrão, era.

– É.

– Então o ladrão pode ir pro céu.

– Se se arrepender.

Mas não me satisfiz. Continuei a provocação.

– Professor, o senhor já mentiu?

– Todo mundo já mentiu.

– Então todo mundo vai pro inferno.

– Como assim?

– Os mentirosos também não vão herdar o reino de Deus.

– Onde você leu isso? Devassos, idólatras, adúlteros, sodomitas, efeminados, ladrões... Coríntios não fala de mentirosos! Podemos continuar?

– Mas em Apocalipse fala e eu acho que a gente tem que falar também dos mentirosos. Se ladrão não entra, mentiroso também não. E todo mundo mente. Não faz sentido.

– O que não faz sentido é você interromper a aula pra ficar desmentindo a Bíblia.

– Eu não estou desmentindo a Bíblia, professor, só acho que o senhor está enganado. Ou então, o irmão Joel foi pro inferno, porque além de ter traído a irmã Sandra, falava mal de todo mundo na igreja.

Foi a gota d’água. Eu toquei na ferida do seminarista. O irmão era falecido há poucos meses, e ele ficou extremamente furioso. A aula praticamente acabou, e eu acabei tendo que ficar pra conversar com ele a sós.

– Quem você pensa que é, moleque? Você acha que Deus se agrada disso? – questionou Hugo.

– Me desculpa, não devia ter falado do seu irmão, mas é que o que o senhor falava não fazia sentido pra mim.

– O que não fazia sentido?

– Que essas pessoas não vão pro céu!

– Mas não está escrito, irmão? A Bíblia não falha. Se está escrito, está escrito.

– Mas eu não me conformo com isso. O senhor me desculpe, mas não desce. Não vejo motivo pra Deus não perdoar uma falha humana. Não acredito num Deus tão cruel.

– Você acha que um bêbado pode ir pro céu?

– Acho.

– Pelo amor de Deus! Um idólatra pode ir pro céu, irmão? Responde.

– Sei lá, julgar não é pecado? Quem sou eu pra julgar. Se Deus quiser, pode, ora.

– Sabe o que eu acho, irmão? Acho que você ta querendo arrumar uma desculpa pra ir pro céu. É ou não é?

– Eu não sou idólatra, irmão.

– Mas bebe um pouquinho, não bebe?

– De vez em quando, mas não fico bêbado.

– Então qual o seu problema? Fala pra mim, irmão. Por que ficar questionando Deus?

– Eu não estou questionando Deus, estou questionando o senhor.

– Deve ter algum motivo... Ladrão eu acho que você não é, né?

– Lógico que não.

– Então fala pra mim, fala. – disse o seminarista incisivo, irado, olhando nos meus olhos, com as pálpebras em chamas – fala pra mim, irmão. Você ta com medo de ir pro inferno porque é sodomita. Não é isso?

– E se fosse?

– Eu sabia.

– Acho que isso não é da sua conta. O senhor não sabe de nada.

– É lógico que eu sei, rapaz. É lógico que eu sei.

O seminarista fechou a porta da sala, conferindo para ver se alguém se aproximava. Não havia ninguém. Como se tivesse uma pérola nas mãos, usava das palavras para me condenar.

– Se não é sodomita, é efeminado. – dizia.

E eu não cedia. Não respondia nem que sim, nem que não. Por dentro eu estava bastante furioso.

– Sabe o que eu acho, irmão. Acho que você gosta de homem.´

– Por que o senhor quer tanto saber isso?

– Sou teu professor, acho que eu devo saber. Pode confiar em mim, é segredo. É melhor que eu saiba do que a igreja inteira, não acha?

Senti uma ponta de ameaça, mas ignorei. Resolvi responder.

– Tudo bem, eu sinto atração por garotos. Mas e daí, não escolhi isso.

– Eu sabia, garoto. Sabia. E como é essa atração?

– Ah, depende.

– Depende de quê?

– Ah, depende do garoto, não é qualquer um.

– Você gosta de mais novinhos, mais velhos, como é isso?

– Geralmente mais velhos, mas não é regra.

– Até uns trinta anos ou mais?

– Até trinta, não muito mais velhos.

– Eu tenho vinte e sete. Eu estou dentro do perfil?

– Não entendi, irmão.

– Quero saber se você sente atração por homens como eu.

– Como o senhor sim.

– E por mim?

Dizendo isso, pegou minha mão e colocou em seu pau, rígido feito pedra. Eu nunca tinha visto o seminarista Hugo com outros olhos, e aquela situação me pegou completamente desprevenido. Eu estava com muita raiva daquele cara, mas subitamente minha raiva converteu-se. Transformou-se em tesão.

– Aperta, sem medo. – disse Hugo – Vem, se diverte com ele.

Eu massageava aquela rola ainda dentro das calças. Ele abriu cada um dos botões de sua camisa e eu caí de boca nos seus peitos, cheios de pêlos. Abri o zíper da calça dele e botei seu pau pra fora, que a essa altura já estava completamente melado. Comecei a masturbá-lo. Chupava seu peito e tocava uma punheta para o seminarista. Baixei minha calça e juntamos nossas picas, que começaram a se roçar. De frente um para o outro, o beijo foi inevitável. Tiramos nossas camisas e ficamos com as calças nos pés. A maçaneta na porta mexeu e, em seguida, ouviu-se uma batida.

– Tem alguém aí? – perguntou irmã Celina, a zeladora da igreja.

Emudecemos. Ela tornou a perguntar, posto que a porta estava trancada. – Sim, sou eu, irmã! – respondeu Hugo, vestindo-se – Estou trocando de roupa.

– Trocando de roupa aí dentro?

– É, irmã, vou pra uma festa agora e aproveitei e trouxe a roupa! Já estou saindo! – improvisou o seminarista, desesperadamente, com uma desculpa esfarrapada que não colaria em situação nenhuma, exceto pela contrarresposta da irmã Celina.

– Tudo bem, irmão Hugo, deixa a chave lá em casa então, é que eu preciso sair para ver minha mãe agora à tarde. Já estou atrasada!

Não poderia haver notícia melhor. A ameaça desaparecera! Hugo me perguntou se eu queria continuar ali mesmo, e eu, prontamente, respondi que sim.

Voltamos a nos masturbar reciprocamente. Nossos beijos eram muito intensos e nossas mãos procuravam qualquer resquício de pele que ainda não havia sido tocado no outro corpo. Estávamos ali com muita intensidade e o clima de proibido alimentava o prazer.

Quando estávamos nus, completamente nus, Hugo pediu pra que eu sentasse na mesa. Assim o fiz. E ele, resolveu mostrar a que veio, deixando claro o tipo de interesse por mim. De súbito, agarrou minhas bolas e começou a massageá-las. Primeiro com as mãos, depois com a língua. Lambia minhas virilhas e me chamava de “moleque”. Brincava com sua língua de percorrer o meu corpo, da virilha ao umbigo, dos mamilos, ao saco. Até que resolveu mesmo é cair de boca na minha pica. Hugo me mamava feito um bezerrinho faminto. Com certa dificuldade, tentava engolir minha vara grossa, mas não parecia reclamar do tamanho. Aos pouquinhos, era possível ver no chão os pingos de saliva que escorriam da boca do seminarista enquanto ele se deliciava com o boquete que me pagava.

– Ah, moleque safado. Que pica gostosa, garoto!

– Que delícia, maravilha! – eu me limitava a dizer, perdendo as palavras a cada sugada que eu recebia.

A garganta do Hugo era tão profunda, mas tão profunda, que era possível sentir a cabeça do meu pau esbarrar nas paredes de sua traquéia. Era como se meu pau, não tendo mais pra onde ir, tivesse que descer garganta abaixo. Eu nunca tinha sentido aquilo e não entendia como o cara não veio a vomitar.

– Chega! Para senão eu gozo. Deixa eu provar você um pouquinho. – pedi.

Coloquei o seminarista de costas pra mim, deitado sobre a mesa. Ele, de bruços, levou o joelho direito para perto do rosto, arreganhando-se completamente para mim. Seu rabo era convidativo. Era depilado, diferente do resto do corpo. Ou então naturalmente não tinha pêlo mesmo. O fato era que seu cuzinho se destacava no meio daquele par de nádegas redondinho. Sem hesitação, meti a língua nele. Primeiro lambia, lambia, lambia. Deixei a porta de seu cu completamente molhada com minha saliva. Saliva espessa, densa. Com as mãos, eu abria seu rabo e enfiava minha cara inteira naquele cu. Vez por outra aproveitava o relaxamento do músculo e introduzia um dedo. Às vezes dois. Em certo momento meti o polegar. Depois o outro polegar, ao mesmo tempo, de forma tal que conseguia abrir o cu do seminarista com os polegares e apalpar com o resto das mãos sua bundinha redondinha, que se encaixava perfeitamente à minha pegada. Quando eu vi que Hugo estava delirando de prazer, mordi a borda de seu buraco, e ele foi às nuvens! Gritou.

– Cala a boca! – ordenei.

Resolvi que agora eu estava no comando. De certa forma me sentia como se estivesse dando a revanche pelo tratamento que eu recebera na aula. Seu cu tinha um gosto de vingança e, como se sabe, a vingança é um prato que se come frio. Eu já contava com o tempo a meu favor. Era inverno, frio já estava. O prato estava servido e só me restava comê-lo. Firmei a língua e meti com força cu adentro. Hugo delirou. Comecei a penetrá-lo com minha língua, intensamente, dando tapinhas naquela bunda gostosa. Hugo rebolava na minha cara, enquanto eu me masturbava sentindo o gosto da vingança em minha boca.

– Você não disse que eu era sodomita? Então, professor, agora eu vou te sodomizar. E sem dó nem piedade.

Peguei uma camisinha na carteira e meti no pau. Com duas ou três cuspidas, meu pau já estava mais que lubrificado. Não foi com muito esforço que ele entrou bonito no cu do seminarista, que permanecia arreganhado sobre a mesa, recebendo meu cacete. De fato não tive pena do Hugo. Ele, tampouco, importava-se com isso. Ao contrário, empinava aquele rabo e eu, tesão à flor da pele, dava só de estocadas pra dentro dele. O barulho era alto. Seu rabo parecia gemer cada vez que me saco batia com força em sua bunda.

– Toma no cu, toma! Deixa o sodomita te comer gostoso. – brinquei, irônico.

Quando já estava quase gozando, mandei ele deitar-se mais pra frente, na mesa, de maneira que sua cabeça se aproximasse da borda. Fui pro outro lado e retirei a camisinha. Com a cabeça pendendo, Hugo não tinha outra escolha a não ser sustentá-la agarrando-se ao meu pau. Tornou a me chupar e dessa vez não tive muita paciência. Perguntei se ele queria leitinho e, como ele estava bastante ocupado, não pôde falar. Balançou a cabeça, de maneira afirmativa, e então tirei sua boca do meu pau. Agarrei o seminarista pelo cabelo, dei dois tapas em sua cara e mandei ele colocar a língua pra fora. Foram três jatos fortes de esperma que foram certeiros em sua cara. O último deles escorreu pela língua. Os outros, que vieram depois, foram mais fraquinhos. Por isso eu limpava meu pau no rosto do seminarista, tentando tirar a porra que escorria devagar pela glande. Hugo não colocou a língua pra dentro para não sentir o gosto de meu leite. Em compensação, sua barba preta e espessa ficou completamente lambuzada com a esbranquiçado do meu esperma escorrendo por entre seus pêlos faciais. Aquele rostinho branco, de nariz afilado e rosto marcado de acne, terminou a cena completamente ultrajado. Porém, ele mesmo deliciando-se com o ultraje. Quando Hugo saiu da mesa, deixou um rastro de esperma na superfície. Tinha gozado sem sequer se tocar. Limpou a língua e o rosto nas mangas da camisa, assim como a mesa. Vestiu-se, dobrando as mangas para esconder a roupa melada.

A transa com o Hugo foi uma das mais intensas que tive até hoje. Tanto, que repetimos a dose no domingo seguinte. E depois, no outro, e no outro, e no outro. Hugo e eu decidimos namorar depois de um mês transando nas dependências da igreja. Ora trepávamos na sala de aula, ora o gozo era às custas de uma rapidinha no banheiro. À noite, os corredores externos eram o palco do nosso prazer, principalmente aos domingos. Se não transássemos de manhã ou de tarde, certamente tinha foda depois do culto, depois que todos iam embora. O corredor externo era de fácil acesso. Qualquer pessoa que estivesse na rua conseguia entrar ali. Passamos por poucas e boas tentando nos esconder de outros casais que eventualmente se roçavam dentro dos muros da igreja.

O fato é que aos pouquinhos começou a brotar um sentimento gostoso entre nós dois e o Hugo acabou se apaixonando por mim. Em certa medida eu correspondia ao seu sentimento, porque fui percebendo que ele – antes chato, soberbo, petulante – era um cara legal que apenas deslizava em sua insegurança com relação à sexualidade. Pois bem, foram seis meses de um namoro às escondidas, uma relação muito intensa e recheada de muito sexo. Mas todo carnaval tem seu fim. Pouco antes de completarmos seis meses de namoro, Hugo começou a mudar seu tratamento em relação a mim. Passou a ser mais frio, mais seco, e nossos domingos passaram a ser vivenciados cada um para seu lado. Nunca apareceram tantos compromissos dominicais na vida dele e, a cada domingo, ele era bem menos criativo em inventar mais uma desculpa para não nos vermos e... Sim, eu poderia tê-lo chamado para uma conversa, mas me contive. Antes tivesse conversado. Em um dos domingos surpreendi a Natália – aquela que me convidaria para ser padrinho de seu casamento anos mais tarde – conversando curiosa e em tom comemorativo com uma tal de Rafaela. Essa Rafaela era uma beatinha pão-com-ovo, do estilo ex-funkeira-pagodeira-ou coisa-que-o-valha. Dizia-se “convertida” para pagar os pecados que os outros diziam ser pecado. E agora, a santa-do-pau-oco estava conversando com a Natália, muito animada com a chance que o Hugo tinha dado para ela. A Natália, cupido da turma, trataria de promover o encontro fatídico entre a tal Rafaela e o... Hugo!? Não consegui me controlar e acabei desabafando com a Natália, expondo a ela a situação e pedindo, pelo amor de Deus, que não influísse no encontro dos dois antes de eu conversar com o Hugo. Ela, surpresa com toda a situação e, sendo minha amiga, atendeu. Não tardou para que eu chamasse o Hugo para esclarecer aquela situação e no mesmo dia nos encontramos.

– Eu te amo, cara, mas não dá mais pra gente continuar.

– Por que não, Hugo?

– Você sabe que não é certo, é contra a lei de Deus.

– Traição também é contra a lei de Deus, porra! – gritei, nervoso. – Você está me traindo, traindo meus sentimentos por você. Eu acreditei em nós dois, eu me dediquei a você e...

– Eu ia te contar!

– O caralho! Pra cima de mim, não. Me fez de besta, todo engraçadinho pra cima daquela crentezinha filha da puta!

– Dá pra se acalmar? Dá pra controlar essa boca?

– Cara, como você faz isso comigo? – disse, chorando. – você não entende!

O Hugo era muito inseguro. Muito! Provavelmente suas leituras fundamentalistas dos textos da Bíblia o fizeram repensar sobre o nosso relacionamento. Primeiro veio a frigidez, depois esse lance com a Rafaela.

– Nas minhas costas, cara? Nem de mulher você gosta... – argumentei.

– A gente pode continuar. Não tem problema. Eu só não posso mais namorar você.

– Eu não acredito nisso! Você tem noção do que está me propondo, Hugo? Que mar de hipocrisia é esse em que você nada? Sai dessa, cara. Pra mim não dá, não dá. Não agüento mais viver escondido, no subterrâneo da vida, fingindo ser o que não sou. Ou você está comigo, ou não está.

– Por favor, ninguém precisa saber.

– E você acha que ninguém percebe, seu retardado?

– Eu não sou gay, cara. Ninguém sabe de mim.

– Não sabia. A Natália agora sabe! A gente conversou. – sem querer acabei expondo o nome da menina na conversa. E a coisa esquentou.

– Você não tinha o direito de... eu não te autorizei! – disse ele, aos berros.

– Teu armário é de vidro, Hugo. Com o tempo, todo mundo vai perceber.

Hugo, sentindo-se ameaçado, no auge de sua insegurança, replicou.

– Antes de saberem de mim, saberão de você.

Não preciso dizer aqui o que aconteceu. Não demorou até o domingo seguinte para que a igreja inteira estivesse aos cochichos sobre a minha sexualidade. Olhos que nunca me perceberam passaram a me olhar, me apontar e, desapontados, condenavam-me ao inferno como se eu fosse o pior dos pecadores.

Eu, por mim, não estava nem aí para cara feia. Olhos por olhos não matam. O que mata é o que sai pela boca, já dizia o próprio Cristo. E o que deveria ser o “corpo” de Cristo – a Igreja – acabava se reduzindo a um único membro: a língua. O disse-me-disse se alastrou por entre os crentes e todos se afastaram do meu convívio e do convívio com a minha mãe. Hugo tinha feito o inferno naquele lugar. Eu virei a putinha da igreja. Ouvia tantas barbaridades, tantas, que não sei de onde brotavam tantas histórias eróticas. Provavelmente da mente de um povo mal resolvido, reprimido em seus desejos. Minha mãe não suportou a situação e, para salvar sua vida, ela aceitou sair da igreja e se afastar daquela gente. De lá guardo poucas recordações e raríssimas amizades. Uma delas é a da Natália, que manteve contato conosco durante o nosso exílio babilônico.

– Espera. Eu quero falar com você. – insistiu o pastor Hugo, ainda na saída da igreja.

– Desculpe, pastor, mas acho que não temos nada pra conversar.

– Não, nós temos sim. Vem comigo, por favor.

Acabei cedendo e, sem mesmo cumprimentar os noivos, acompanhei Hugo até um local mais reservado. Eu estava completamente emocionado, mal conseguia concatenar sílaba com sílaba. Ele, não muito diferente.

– De tudo o que eu posso dizer ou fazer, quero apenas uma coisa: te pedir perdão! – implorava.

– Não tenho o que te perdoar, pastor. – respondi, frio.

– Não precisa me chamar de pastor, dispenso essa formalidade contigo.

– Mas é o que o senhor é pra mim. Aliás, pra essa gente toda. Um pastor, não mais que isso.

– Eu não estou pedindo pra ser mais que isso, eu estou apenas te pedindo perdão. Sei que errei com você e estou arrependido. – e riu, riu compulsivamente.

– Não estou entendendo, qual a graça?

– Não me leve a mal, estou nervoso, só isso. Estou rindo de nervoso! – e continuou rindo, tentando se conter.

– Eu vou embora! – respondi, revoltado.

– Não, por favor. Vamos terminar de conversar!

– Não, eu vou embora, vou pro salão de festa. Essa conversa não faz o menor sentido.

– Tudo bem, vamos até o meu carro, a gente conversa, e depois cada um segue seu rumo. Pode ser?

– Tudo bem, pode ser.

Chegando no carro, Hugo foi do riso ao choro. Contou-me sua história, seu casamento, sua vida infeliz, o divórcio com a tal da Rafaela. Disse o quanto se sentia arrependido por ter me feito sofrer, que ainda era apaixonado por mim, que sempre me amou, e que não agüentava mais de saudades e muito bla-bla-bla. Perguntei a ele por que ele nunca me procurou para se desculpar, já que se arrependera, e ele dissera que não sabia de mim.

– Mas a Natália tinha contato comigo. – repliquei.

– Ela nunca me disse, juro. Não tinha como perguntar a ela, entende? Seria constrangedor demais!

E assim prosseguiu nossa conversa, e eu cheguei a ficar comovido com sua história triste. Quando eu contei o sofrimento que minha mãe e eu passamos, minha emoção aflorou e eu acabei chorando. Hugo se aproximou para limpar uma lágrima que insistia em correr pelo meu rosto. Não se conteve com a iniciativa de enxugar a lágrima. E me beijou.

Eu recusei, tentei afastá-lo. Mas ele insistiu tanto, que eu acabei cedendo. Seu beijo parecia muito mais maduro, mais experiente. No auge de seus trinta e tantos anos, seu corpo mais robusto, e impecável em seus trajes, parecia bem menos inseguro. Prato cheio para as fantasias mais eróticas de um adolescente em masturbação. No carro, os beijos ficaram ainda mais intensos. O que restava das lágrimas misturou-se ao suor que começou a escorrer de nosso rosto, de nosso corpo, à saliva que decorava nossos pescoços, ouvidos, queixo. No estacionamento da igreja, estávamos privados de qualquer perturbação. Era início de festa e não tinha ninguém que pudesse nos atrapalhar com algum farol alto mais ousado e curioso. Fomos para o banco de trás do carro e acabei baixando minha calça. Hugo, completamente reprimido em sua libido, via no meu pau a oportunidade de recuperar o tempo perdido. Por isso, não demorou muito para que caísse de boca e me fizesse delirar com seus lábios engolindo minha rola. Eu socava aquela boca com força, com vontade, e ele engolia até o talo, sem reclamar. Ele, ajoelhado, quando parava de me chupar, recebia um belo puxão de cabelos e uma surra de pica na cara. Numa dessas vezes em que bati com a rola em sua cara, punindo-o, ele não agüentou de tesão e gozou. Fiquei meio puto com o fato e disse que agora ele teria que me fazer gozar, de um jeito ou de outro. Eu, como já estivesse meio enjoado daquela chupação, falei que queria comê-lo. Ali, no carro mesmo. No começo ele foi resistente, mas com uma linguada em seu ouvido ele acabou cedendo. Abriu suas pernas de frente pra mim e, sem muito esforço, iniciou uma cavalgada muito gostosa, sedenta, máscula. Seu pau, embebido em esperma, não baixava mesmo depois de ter gozado. Não obstante, sujava meu corpo e parte da minha roupa com o resto de seu leite. De tanto meter em seu rabo acabei gozando litros dentro dele, ao som de urros de ambas as partes. Imediatamente depois do gozo, ele se deitou sobre mim e adormeceu, relaxado.

Já no meio da festa, meu celular tocou. Era Natália, perguntando onde eu estava, que não tinha ainda me visto e tal. Inventei uma desculpa qualquer e me aprontei dentro do carro. Acabei me limpando com a roupa do Hugo, que decidiu não ir pra festa. Então nos despedimos e eu parti pro encontro com a Natália, ainda meio mexido com tudo o que tinha acontecido. Essa foi a última vez que vi o Hugo. Até hoje penso nesse cara. De verdade, não sei se consegui perdoá-lo. Ele deixou seus contatos, e tal, mas nunca quis procurá-lo. Apesar de fuder gostoso, talvez ele não merecesse mais a minha atenção. Eu me dei o direito de me valorizar. Das muitas histórias que eu tive, essa foi uma das que não terminou com final feliz. Terminou sem ter fim, incógnita, inglória, perdida entre os muitos picos de prazer e as permanentes lembranças das mágoas.

Este conto faz parte da série Segredo Sagrado, uma coletânea de histórias eróticas envolvendo sexo, homoafetividade e religião. Conheça outros contos da série. Leia: “O filho do pastor” e “De joelhos para o padre”, aqui no Mundo Mais.

Peter Cummer, o Gozador do Rio.
O que você achou do conto? Escreva para mim.
E-mail e MSN: petercummer@hotmail.com

23-05-2013 às 09:28 pablo
EU SOU CASADO PAI DE TRÊS, FILHOS, SEMPRE EU TIVE VONTADE DE DAR O CU, EU PRIMEIRA VEZ FOI 25 ANOS ESPRIMETEI A DOR ERA DEMAIS MAS ERA BOM DEMAIS, MESMO ASSIM ERA GOSTOSO SEMPRE TIVE DE DAR, FOI ASSIM QUE EU DEI SEGUMADA VEZ, E TE QUE ME SEPEREI, HOJE INTERRESSO, POR HOMEMS, TEM QUE SER BEM DOTADO.
25-05-2012 às 18:32 Arthur S.P
Olha a historia parecida com a que eu tive a 10 anos atras...o final e sempre assim... Sexualidade,religiao nao devem ser discutidas mas compreendidas....
22-05-2012 às 23:23 dymy
Gostei muito do conto... E os pastores se revelando... rsrrss
07-04-2012 às 17:04 myster jack
adoro a serie segredo sagrado e acho que ele deveria postar mais historias para todos que desejem falar com migo meu msn e jack_myster@live.com bj
04-04-2012 às 17:03 Seminarista
Sou de Igreja Evangélica e aqui entre nós rola umas pegadinhas de vez enquanto. Mesmo com proibições dos pastores mais velhos, a gente fode gostoso. Tenho amigos que me orientaram para a igreja, mas se aproveitaram de mim forçando uma mamada. Tenho namorada e adoro mamar uma pica. Aqui no RJ a putaria nas igrejas (Católicas e Evangélicas - nenhuma escapa) é muito grande, bem maior do que se imagina... Imaginem o que pode acontecer nas caladas da noite quando o coro silencia...rsrsrs
29-03-2012 às 10:05 dotadao23cmhxh@hotmail.com
ja me envolvir com 2 pastores e os 2 casado com mulher,nao pensei 2 segundos eles queriam,eles tera,ai comir os 2 e nao me arrependo...........
25-03-2012 às 21:47 Seya
muito boom, curto caras maduros de 30 ano pra cima mais si nao foor agente conversa quem sabe? branco, 1.60 cm, 46 kg.. magrinho, bundinha durinha, impinadinha e redondinhaa.. algum Ativo de Araxá - Mg e regiao estiver afim me add ae gra_fica@hotmail.com
11-01-2012 às 22:14 P e t e r
Raphael e Marquinhos, Sinto informar, mas o nome correto, de fato, é seminarista, seja na igreja romana, seja nas igrejas protestantes. Diácono é outra história, são aqueles escalados para servir durante os cultos. Seminarista é que faz seminário para exercer o sacerdócio.
10-01-2012 às 04:01 Raphael
Primeira vez que comento nesses conto. Sempre fico puto quando vem uma bee reclamar tipo "que conto mentiroso" e coisas do tipo. Porra o nome já diz é um CONTO não tem a finalidade de ser verídico e sim aguçar as fantasias dos leitores. Mas hoje eu tenho que concorda com o Marquinhos "Até para contar metiras tem que ter certo conhecimento geral: Neste conto o cara mistura o tratamento SEMINARISTA estudantes candidatos a padre da Igreja Católica e PASTORES, título ao responsável á frente dos cultos evangélicos (protestantes)." Eu creio que o uso da palavra SEMINARISTA foi usado de forma proposital a relacionar o Homossexualismo à Igreja Católica.
08-01-2012 às 08:38 Marquinhos
Até para contar metiras tem que ter certo conhecimento geral: Neste conto o cara mistura o tratamento "seminarista" estudantes candidatos a padre da Igreja Católica e pastores, título ao responsável á frente dos cultos evangélicos. Podeia ter usado "diácono" pelo menos este é usado nas duas religiões.