por Daniel
Segunda-feira, 14 de Setembro de 2020
Vou tentar contar essa história da melhor forma possível. Aconteceu de verdade. Eu era moleque ainda, uns 16 anos, comecinho da vida. Foi em 1992, bons tempos aqueles. Eu morava no interior de Goiás.
Goiás não é somente uma roça, porém a roça faz parte da cultura da minha terra. Lembro de ir todas as férias para o rancho da dona Chica. Amava aquela senhora, sempre simpática comigo. Meu pai trabalhava na fazenda e sempre levava eu e meu irmão mais velho pra ajudar quando estávamos de férias na escola.
Toda fazenda tem peões, posso dizer que isso nem me chama atenção mais hoje, mas naquela época em que eu estava descobrindo quem eu era, aqueles homens me instigavam, apesar de eu não saber direito o que aquilo significava. Era uma curiosidade, um respeito e uma certa admiração.
Dentre todos eles havia um em especial. Comecei a prestar mais atenção nele. Era muito bom pra cavalgar, trabalhador... só que eu comecei a olhá-lo mais de perto, principalmente no fim da tarde quando o sol ia se pondo e ele estava sempre sem camisa por causa do calor do cerrado. Dante era o nome dele. Tinhas uns 18 anos, era másculo e forte, tinha a barba por fazer e o rosto bronzeado de sol. Foi a minha primeira paixão adolescente.
Havia um corgo rasinho no meio da mata fechada e eu costumava chamar meu irmão pra gente tomar banho lá. O pai não gostava que eu fosse sozinho e é claro que como todo irmão, ele quase sempre se recusava a ceder minhas vontades.
– Pai, deixa eu ir, por favor!
– Muleque, se seu irmão não for, ocê num vai!
– Eu posso levar ele, sô Zé!
Aquela voz, aquele sotaque dizendo essas palavras... tantas coisas passam pela minha cabeça agora enquanto eu lembro.
– Dante, num precisa não, ocê tem seu serviço.
– Que nada, já terminei por hoje. Lavei aquele curral inteiro, um banho naquele corguinho é o que eu ia fazê memo. Eu levo o minino.
Consegui duas coisas que eu queria. Ficar sozinho com meu peão e ainda ir nadar. Enquanto estávamos nadando, percebi que Dante me olhava. Eu já tinha corpo de homem, alguns músculos e pelos que me irritavam e ainda me irritam. A forma como vi aquele homem me olhando me desconcertou, mas isso me deu mais liberdade pra reparar nele. Isso me deixou muito excitado.
Passou uma semana e eu quase não o vi direito porque ele estava sempre muito ocupado. Na minha cabeça imatura ele estava me evitando, talvez tivesse notado algo no corgo, talvez tivesse descoberto do que eu gostava.
Na última semana na fazenda, Dante foi falar com o pai e fiquei aflito, pois o pai me chamou na hora. Para meu alívio não era nada demais, era só pra eu ajudar no serviço.
– Filho, Dante precisa docê pra ajudar ele a limpar o estábulo.
Relutei, mas meu pai me ordenou e tive que ir. Durante o trabalho não trocamos muita palavra, eu estava muito tímido. Terminamos e eu já queria vazar dali, até que ele me chamou pro riacho do corgo de novo. Eu disse que não, mas ele insistiu, insistiu e insistiu até que meu desejo sobressaiu o medo e no fim eu fui.
– Sabe, Daniel, ocê é um rapaz bem bonito – disse meu peão quando a gente já tava lá.
Eu não respondi, coloquei meus pés na margem, e olhei pro tempo.
– Tira essa roupa e entra, moço! A água tá boa de todo tanto!
Nada eu disse, mas segui o conselho. Tirei apenas a camiseta e entrei, se bem que não era lá o corgo mais fundo, mas dava pro gasto.
– Sabe, moço, quando eu tinha sua idade descobri que tem umas coisa na vida que de tão boas só nós precisa saber.
– Como assim?
Ele riu.
– Chega mais perto, vai. Quero te contar um segredo, tá só nóis aqui memo.
– Quero saber não.
– Certeza? Porque num vô insistir mais não!
Nessa hora eu me senti mal, não pelo desejo, mas por mentir a mim mesmo que não queria saber o “segredo” que ele tinha pra me contar. Eu no fundo já sabia. Decidi que o que quer que acontecesse, o que quer que isso causasse em mim definitivamente, eu iria responder aos meus instintos. Então cheguei mais perto e gaguejando e suando eu disse:
– Se ninguém vai saber, me conta então...
E ele me deu um beijo.
Meu Deus, como era bom. Eu sabia sim o que era um beijo, mas só tinha beijado meninas do colégio. Eu posso dizer que aquele foi o meu primeiro beijo de verdade. Sua língua acariciou meu lábio inferior e pediu passagem, seus braços me aqueciam e me envolviam. Seus braços fortes me tocavam e meu corpo reagia, formigava em todas as extremidades, era como se buscássemos algo dentro da boca um do outro. Eu tremia.
Descontrolado, selvagem e quente, ele parou e me olhou nos olhos. Era como olhar para o céu à noite. Ficamos nos amassos, beijando e acariciando o corpo um do outro até que já não tinha roupas em nossos corpos. Nem pensei no fato de que alguém poderia chegar a qualquer momento, mas não me importava mais, era só eu e Dante, o resto era o resto, os outros eram os outros.
Ele me beijou, lambeu meus mamilos, minha barriga, meu umbigo, até chegar no meu pau. Devagar ele chupou meu sexo até eu gozar, enquanto suas mãos acariciavam minha bunda. Era bem melhor do que bater punheta sozinho. O pau dele era grosso e enorme, rosado e pulsava. Eu o peguei meio desajeitado, comecei a cheirar – cheiro de macho – e meti tudo na boca. Dante começou a fazer um movimento de vaivém, fudendo a minha boca, a cabeça socava a minha garganta e me deixava quase sem ar. Ele puxava meu cabelo, o que me deixava mais excitado, e meu pau já tava duro de novo. Comecei a bater uma até gozarmos juntos. Ele espirrou o leite dele na minha boca, era quente e salgado e era muito! Eu bebi a porra dele, nos deitamos na beirada do corguinho, exaustos e ofegantes, não falamos nada, mas o olho a olho dizia tudo que era preciso dizer.
A sacanagem não se repetiu o resto da semana, mas algo melhor aconteceu. Eu e Dante ficamos mais próximos, jantávamos longe dos outros peões e depois de comer trocávamos carícias. Andávamos a cavalo, ele sem camisa e eu tendo que me segurar firme na cintura dele, afinal não podia correr o risco de cair.
Meu pai só trabalhou ali por mais três anos e nesse tempo aconteceu muito mais entre a gente. As férias se tornaram a melhor parte do ano.
Hoje eu e Dante ainda nos falamos às vezes, mas tomamos rumos diferentes na vida. Eu vim pra Minas Gerais, ele está casado com um cara, mas em Goiânia. Mesmo assim, essa época permanece em minhas lembranças mais quentes até hoje.