por Anderson Oliveira
Quarta-feira, 17 de Dezembro de 2008
Cheguei naquela tarde ao chuveiro com uma certeza: aquela noite eu ia levar uma sova. Eu sabia que não deveria ter enfrentado o Falcão. Mas na hora da raiva homem não pensa, é o nosso instinto animal quem manda.
Terminei de tirar a cueca, deixei-a cuidadosamente dobrada junto ao short de treinamento sobre o banco e fui direto tomar banho. O chuveirão do quartel de Caçapava era um enorme galpão onde dezenas de rapazes de 18 e 19 anos revezavam-se no banho, muitas vezes, gelado por causa da zoeira dos veteranos que desligavam a corrente elétrica. Já era noite, tínhamos terminado o Treinamento Físico-Militar (TFM) e o sargento já estava gritando: “Vamos economizar a água do quartel, cambada! Vai, vai, vai!”
Posicionei-me debaixo de uma das duchas e vi que o meu camarada Gabriel chegou ao chuveiro do lado. Ele estava com uma cara fechada, parecia que estava mais preocupado do que eu!
– Fala, bisonho! – disse ele. Todo mundo é “bisonho” no quartel. Aliás, a única coisa autenticamente engraçada no Exército são os apelidos dos caras. Um pior que o outro. Ninguém sabe direito o nome do camarada, mas o apelido está sempre na ponta da língua.
Tocou o primeiro apito e colocamos a mão na torneira. Se algum filho da puta não ficasse atento para girá-la no segundo apito, pagava flexão. Veio o som ardido do segundo e ligamos imediatamente o chuveiro. A água dessa vez saiu quente para meu alívio.
– Você tá fudido, hein, Ferreira... Por que não ficou quieto, cara? – falou Gabriel sem olhar para mim, preocupado em molhar o corpo rapidamente.
O terceiro apito tocou e todos desligaram o chuveiro. Peguei o sabonete e comecei a passá-lo pelo corpo, tentando me ensaboar o máximo que conseguisse. Não respondi, apenas fechei a cara. Eu sabia que ia me fuder. O apito zuniu pela quarta vez e o barulho de água ouviu-se novamente, tirando o suor daqueles jovens corpos exaustos.
O sargento andava lentamente em direção ao outro lado do banheiro, mãos atrás das costas, sem tirar o apito da boca. Se o cara não tirar a espuma bem rápido, vai ter que tirar o resto na toalha. O quinto e último apito soou longo e o barulho da chuveirada cessou instantaneamente. Peguei minha toalha e comecei a me secar. Foi só o sargento dar meia-volta e ficar de costas para nós, eu senti uma cusparada bem na minha bunda, certeiramente no meio do meu rego:
– Plaft – e vi quando o Falcão passou por mim, ainda dando mais uma cusparada no chão, toalha na mão. Ele era fortão, diziam que foi campeão de natação em Taubaté, tinha o corpo mais perfeito dentre todos os recrutas. E o cara tinha um cacete enorme, fazendo jus ao apelido de Tripé que deram para ele. Ele vivia balançando o pintão na frente de todo mundo, parecia que tinha orgulho daquela mangueira.
– Já vai lambuzando esse rabinho aí e deixa no jeito pra mim, hein – disse ele entre dentes.
Novamente tive um acesso de fúria, da mesma forma incontrolável como aconteceu naquela tarde, e parti pra cima dele. Senti que o Gabriel me segurava e eu não conseguia parar de tentar chutar o filho da puta, sem conseguir alcançá-lo. O sargento deu meia-volta e dessa vez o apito soou tão forte dentro daquele banheiro que os meus tímpanos quase estouraram.
– Para o chão, seus lixos! – berrou ele. – E deixa 50 aí! Isso é para as mocinhas aqui pararem de fazer as unhas na hora do banho!
Todo mundo teve que cair em posição de flexão, a toalha caindo no chão, bunda pra cima, o pau ralando naquele chão sujo e molhado. O filho da puta ainda veio na minha direção e colocou o coturno nos meus ombros. Ele não viu que o Falcão também estava envolvido na briga. Ou não quis ver.
Falcão era sobrinho do sargento, por isso fazia o que queria. Depois da discussão que tivemos durante o TFM, eu já sabia que ele ia querer dar o troco naquela noite. Todo mundo dizia que o cara era vingativo e eu simplesmente ia ter que ficar quieto porque senão era bem provável que eu ainda fosse punido. Eu tinha enfrentado quem não deveria e ia me ferrar.
Já estava deitado e faltavam alguns minutos para as luzes se apagarem. Eu fiquei contemplando a foto da minha namorada. Caralho, como eu sentia falta daquela menina! No auge dos meus 18 anos, há uma semana sem transar, sem tempo nem pra bater uma punheta... Talvez a falta que eu sentia fosse na verdade de uma buceta onde enfiar meu pau, isso sim! Os caras ficavam loucos quando ia chegando perto do fim de semana, as brincadeiras de passar a mão, encoxar o parceiro, etc., iam cada vez mais passando dos limites.
Finalmente um apito soou e as luzes se apagaram. Fiquei apreensivo. Alerta. Tentava dormir com um olho e vigiar com o outro. Nada. O TFM derruba os recrutas. Apaguei. Fui arrancado do meu sono subitamente por alguém que me dominou com a destreza de um policial da Swat. Quando me dei conta do que estava acontecendo, já estava com as duas mãos imobilizadas atrás das costas e uma mão cobria minha boca para eu não gritar.
Que horas seriam? Eu estava tão exausto do treinamento, não tinha noção de quanto tempo tinha dormido. Mas eu sabia quem estava ali. Só podia ser ele. Eu já podia imaginar o que ele ia fazer: dar umas porradas na minha cara, socar o meu rim e sair de fininho depois.
– Eu falei que você não sabia com quem tava mexendo – sussurrou ele bem perto do meu ouvido. Só de cueca, seu corpo enorme e musculoso estava totalmente sobre o meu, fazendo com que fosse quase impossível eu me mexer. – Se você der um pio, amanhã você vai para o TFM engatinhando, falô? – disse, e soltou a mão da minha boca.
Torceu ainda mais o meu braço e achei que ele queria quebrá-lo. Soltei um gemido de dor. Ele amarrou meus braços atrás das costas com um pedaço de pano e eu fiquei lá, paralisado, o coração batendo forte e esperando uma seqüência de golpes. Ele continuou deitado em cima de mim enquanto pegava outro pedaço de pano e amarrava agora a minha boca, dando um nó por trás da minha cabeça. Eu estava totalmente imobilizado e estarrecido.
Ele ficou um tempo parado ali, em cima de mim e foi quando percebi que o volume dentro da cueca dele estava crescendo. Congelei nesse momento. O cara estava ficando de pau duro! Eu estava só com uma cueca fina também e senti quando ele começou a roçar aquele cacete na minha bunda. O sangue sumiu do meu rosto, aquele cara não ia querer me estuprar!
Ele começou a passar a mão na minha bunda e puxou a minha cueca até o meio das minhas pernas. Eu estava paralisado, sem saber o que fazer. O volume dentro da cueca dele ia ficando cada vez maior e eu não conseguia nem imaginar o tamanho que aquilo ia ficar. Mantendo ainda o corpo sobre o meu, ele tirou a própria cueca e senti uma coisa quente e pesada cair no meio das minhas pernas. Era grosso e pulsava com uma semana de tesão, uma semana louco para trepar e gozar com a testosterona saindo pelos poros.
Esticou uma das mãos e pegou no chão alguma coisa, que em seguida passou no meio da minha bunda. Contraí as nádegas o máximo que pude, tentando proteger meu sagrado orifício, que nunca ninguém encostou um dedo, mas aquela coisa gelatinosa fazia o dedo dele passar sem nenhum problema.Eu me contorci, mas ele era muito forte. Eu estava – literalmente – fudido. Totalmente imobilizado, não podia fazer nada, tinha que simplesmente esperar que tudo aquilo acabasse o mais rápido possível.
O pau daquele cara estava mais duro do que nunca. Ele se posicionou em cima de mim e colocou a cabeça daquela jeba bem no meio da minha bunda. E começou a forçar para a frente, sem conseguir fazer entrar. Eu estava apertando ao máximo as nádegas, tentando evitar que aquele mastro entrasse no meu rabo.
–– É melhor você relaxar, senão vai doer muito, – ele sussurrou.
E achei que era o melhor a fazer porque ele estava forçando mais e eu começava a sentir muita dor. Não parecia que ele estava fazendo aquilo porque queria me machucar, parecia que ele estava querendo na verdade era se aproveitar mesmo. Relaxei e ele lentamente introduziu a cabeça do cacete, que pareceu uma invasão enorme no meu corpo. Ficou um tempo assim, parado, esperando eu relaxar. Senti muita dor, mas fiquei quieto. O pau dele foi entrando, entrando e parecia não ter mais fim.
Foi quando eu me estarreci ainda mais. O meu pau começou também a ficar duro. Não consegui entender o que estava acontecendo, mas ser submetido àquele homem, sem poder reagir, totalmente submisso, com a respiração ofegante dele no meu pescoço, aquele membro enorme entrando e saindo do meu corpo, tocando a minha próstata, acabou me fazendo sentir algo inexplicável. Meu pau ficou duríssimo de tesão.
O Exército talvez deixe os caras loucos. Sem transar por vários dias, sem ver uma buceta, o instinto animal chega ao seu limite. Depois de apenas algumas bombadas, senti que o recruta Falcão, de quem eu esperava levar uma surra por tê-lo enfrentado naquela tarde, enfiou mais fundo em mim, deu uma gemida de prazer e o seu pau começou a pulsar loucamente dentro do meu rabo. Ele estava gozando. Entrei num estado de êxtase, algo que até hoje não consigo explicar, e gozei no mesmo momento, sem nem tocar no meu cacete!
Ele parou um pouco, puxou lentamente aquela carne quente para fora de mim e a porra gosmenta dele escorreu como um rio por entre minhas pernas. Ele ficou ali um tempo, respirando fundo. Sem palavras, ele simplesmente levantou e saiu. Eu não sei quanto tempo fiquei ali parado. Minha cabeça entrou numa piração total. Eu não poderia ter ficado de pau duro! Aquele cara era nojento, seu pinto era nojento, não entendo como isso pôde acontecer. Eu me soltei lentamente das amarras que ele tinha feito e demorei a dormir.
Hoje eu tenho 40 anos, sou casado e tenho dois filhos. Mas esse episódio até hoje assombra as minhas fantasias. Fico imaginando se algum dia isso poderia se repetir, se eu fosse dominado novamente por outro homem e se eu iria gostar da mesma forma. Tento afastar esse pensamento, mas não consigo.