por Redação MundoMais
Quarta-feira, 14 de Agosto de 2024
Gabriel Passos Magalhães Luzetti, médico ginecologista e obstetra, recorreu às redes sociais para relatar um episódio de homofobia que ele e seu marido, Guilherme, também médico, enfrentaram na Cantina Giovanni, localizada em Guarulhos, São Paulo.
No dia 11 de agosto, Gabriel e seu marido comemoraram o primeiro Dia dos Pais do casal. Durante o jantar no restaurante que estavam, a filha de sete meses precisou de uma troca de fralda. Ao procurar um local adequado, uma funcionária informou que o único fraldário estava localizado no banheiro feminino.
Para facilitar, a mulher se comprometeu em manter o banheiro vazio e monitorar a porta, garantindo que o casal pudesse trocar a fralda da bebê com privacidade e sem constrangimento. No entanto, segundo relato do médico, o proprietário do restaurante proibiu o casal de utilizar o banheiro feminino. Gabriel tentou explicar a situação, mas o dono afirmou que “não tinha nada a ver com isso”.
Gabriel relata que o proprietário sugeriu que, em vez disso, o casal juntasse duas cadeiras e realizasse a troca de fralda no meio do restaurante ou então levasse as cadeiras para o banheiro masculino para fazer a troca lá.
“Minha família viu o movimento, começou a ter discussão e quase que o meu irmão foi agredido pelo referido senhor, sendo necessário que os funcionários interviessem e afastassem o agressor do meu irmão. Chamamos a polícia e abrimos um boletim de ocorrência”, escreveu Gabriel.
A polícia colheu os depoimentos do casal e do proprietário do restaurante. O médico relatou que as autoridades tentaram buscar uma retratação, mas o homem se limitou a justificar suas ações, alegando que o restaurante estava cheio de clientes com crenças religiosas e que não poderia permitir essa situação.
“Todo o ocorrido expôs a mim e a minha família a todos os presentes no estabelecimento e a atitude homofóbica foi escancarada. Para o azar do proprietário da cantina, somos pessoas instruídas e temos condições financeiras para judicializar esse evento, mas infelizmente essa não é a realidade de muitos integrantes da comunidade LGBT+ e cenários deprimentes como esses frequentemente ficam impunes”, expressou.
“Nosso primeiro Dia dos Pais foi marcado por essa atrocidade e não pudemos nem mesmo cantar os parabéns para a minha mãe na data do seu aniversário, uma vez que até que todo o trâmite policial se concluísse, chegamos em casa após a meia-noite”, continuou.
A reportagem entrou em contato com o restaurante, mas não obteve resposta até o momento desta publicação. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
LGBTfobia é crime. Saiba como denunciar
LGBTfobia é crime, com pena de prisão prevista em lei. Ao presenciar qualquer episódio de LGBTfobia, denuncie. Você pode fazer isso por telefone, ligando 190 (em caso de flagrante) ou 100 a qualquer horário; pessoalmente ou online, abrindo um boletim de ocorrência em qualquer delegacia ou em delegacias especializadas.