por Redação MundoMais
Terça-feira, 05 de Novembro de 2024
O Observatório da Diversidade na Propaganda (ODP) publicou, em parceria com o Sindicato das Agências de Propaganda do Estado de São Paulo (Sinapro-SP), o segundo Censo de Diversidade das Agências Brasileiras. Realizado em 35 grandes agências da região Sul-Sudeste, o levantamento traz dados sobre a representatividade de mulheres, negros e pessoas LGBT+ no setor de publicidade no Brasil, destacando que há avanços, mas a diversidade ainda enfrenta desafios em hierarquias mais altas.
Análise geral no Brasil
Um dos destaques da pesquisa mostra que a presença de mulheres nas agências de publicidade é maior do que a de homens, com 57% do quadro total de funcionários sendo feminino. Contudo, entre as mulheres, 17% são negras, uma redução em relação a 2023, quando esse número era de 21%. Já em relação à raça e etnia geral, 67% funcionários se autodeclaram brancos, 30% negros (pretos e pardos), cerca de 2% amarelos e menos de 1% indígenas.
Sobre a diversidade sexual, o estudo deste ano separou autodeclarações de Identidade de Orientação Sexual e Identidade de Gênero. Na média, 19% se identificam como Lésbicas, Gays e Bissexuais (LGB), enquanto apenas 1% são Pessoas Trans (incluindo homens e mulheres trans, travestis e pessoas não binárias), oferecendo uma visão detalhada desse grupo nas agências.
Análise por cargo
Nas agências de publicidade do Brasil, mais da metade dos funcionários são mulheres, com 57% do total, enquanto os homens representam 43%. Nas gerências, as mulheres são ainda mais frequentes, ocupando 61% desses cargos. Porém, essa presença feminina diminui um pouco nos cargos de diretoria, onde as mulheres representam 52% e os homens 48%. Já nos cargos de CEO, a maior parte são homens, com 76%, enquanto mulheres representam 24%.
Em relação à raça e etnia, os brancos são a maioria em todos os níveis, representando 62% do total de funcionários. Entre os gerentes, 79% são brancos e 19% são negros. Na diretoria, essa proporção de brancos sobe para 84%, e apenas 12% são negros. Entre os CEOs, 9% são negros, o que é um pouco melhor em comparação ao ano anterior.
Quanto à orientação sexual, 78% dos funcionários se identificam como heterossexuais, 22% como LGB (lésbicas, gays ou bissexuais), e 2% como pessoas trans ou não binárias. Nos cargos gerenciais, 84% são heterossexuais e 16% são LGB, com apenas 1% sendo trans ou não binárias. Na diretoria, 94% são heterossexuais e 6% são LGB, sem nenhuma representação de pessoas trans. Entre os CEOs, há uma pequena melhora na diversidade sexual, com 18% sendo LGB, mas ainda sem a presença de pessoas trans.