por Redação MundoMais
Segunda-feira, 23 de Dezembro de 2024
O longa-metragem “Parque de Diversões”, dirigido por Ricardo Alves Jr. e escrito por Germano Melo, estreia nos cinemas brasileiros em 30 de janeiro de 2025, com distribuição da Cajuína Audiovisual. O filme, que explora narrativas ligadas ao universo LGBT+, já foi exibido em festivais internacionais como FID Marseille, Queer Lisboa e Pink Screens, além de integrar a programação da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Cruising em Parque de Diversões
A trama acompanha figuras anônimas pelas ruas de Belo Horizonte, até que uma delas invade um parque gradeado da cidade e explora suas vias. O espaço proibido se torna palco de encontros movidos pelo desejo e pela liberdade, em um jogo de exploração íntima e física.
O conceito central do filme é a prática do “cruising”, termo que descreve encontros sexuais consensuais e anônimos em espaços públicos. Na história, esses encontros acontecem em um parque urbano, onde a natureza, os brinquedos e a arquitetura criam um cenário que mistura desejo, erotismo e mistério.
Confira a sinopse oficial:
Figuras anônimas percorrem as ruas em busca de encontros, até que uma delas rompe o portão gradeado do parque da cidade e começa a explorar suas vias. Esse território proibido é, então, semeado pelo imperativo do desejo.
Corpo e política
A produção destaca o trabalho com linguagem corporal, explorando gestos, movimentos e a relação entre corpo e espaço. “Parque de Diversões” tem poucos diálogos e foca na narrativa visual. “Nesse jogo, os corpos se atraem mutuamente e estão intimamente ligados em sua relação com o espaço, que é o parque. A câmera, portanto, descreve e pontua essa coreografia dos corpos, construindo uma dança dos desejos, uma dança erótica onde o espectador se torna voyeur e participante desse cruising”, explica o diretor Ricardo Alves Jr.
O filme também faz um comentário social e político. Segundo Alves Jr. e o roteirista Germano Melo, a obra foi criada em um contexto de crescentes tensões políticas no Brasil. Para eles, as representações escolhidas no filme simbolizam uma reivindicação de liberdade cultural e existencial, em oposição a políticas repressivas. Com classificação indicativa para maiores de 18 anos, “Parque de Diversões” apresenta cenas de sexo explícito e aborda o desejo humano sem tabus ou restrições. A direção de fotografia é de Ciro Thielmann, com montagem de Henrique Zanoni e trilha sonora assinada por Dellamud. A produção é realizada pelas empresas SanTelmo, EntreFilmes e Quarta-Feira Filmes.