por Redação MundoMais
Sexta-feira, 27 de Dezembro de 2024
O musical “Para Não Gritar”, inspirado na vida e obra do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, retorna aos palcos no primeiro semestre de 2025. A produção aborda temas como amor, medo e solidão, elementos centrais na literatura do autor, que também enfrentou o desafio de viver com HIV durante os anos 1980 e 1990. Informações sobre datas e ingressos serão divulgadas em breve.
Vida de Caio Fernando Abreu
Criado por Victor Barreto, Fábio Brandi Torres e Erika Altimeyer, o espetáculo explora momentos pessoais e literários de Caio, conhecido por seus contos intensos e poéticos. As relações humanas e os conflitos do escritor são apresentados por meio de canções e encenações que destacam sua visão. Abreu foi pioneiro ao tratar publicamente sobre HIV no Brasil, mesmo antes de seu próprio diagnóstico, recebido em 1994. Suas crônicas “Cartas para além dos muros”, publicadas no jornal O Estado de São Paulo, abordaram sua vivência com a doença, rompendo tabus e enfrentando o estigma que persiste até hoje.
A diretora Erika Altimeyer destaca a relevância de resgatar a memória de Caio através do teatro musical. “Queremos que os jovens conheçam Caio F., consumam nossa cultura e se orgulhem dos nossos artistas”, afirma. O espetáculo busca conectar o público a essa parte importante da história da literatura e da luta contra o preconceito.
Produção e premiações
Com canções originais de Alfredo del Penho e arranjos musicais de Guilherme Gila, a peça utiliza a música para dar vida às emoções descritas por Caio. A direção de movimento é de Gabriel Malo, enquanto figurinos, cenários e iluminação são assinados por Marcio Vinícius, Diego Rodda e Aline Santini, respectivamente.
“Para Não Gritar” já foi indicado a prêmios como Destaque Imprensa Digital e Prêmio Cenym. O projeto foi contemplado pelo PROAC LGBT, reforçando sua relevância artística e social ao tratar de temas como saúde, amor e aceitação de forma acessível e impactante. A produção é realizada pela Cia. À Flor da Pele, que tem como objetivo manter viva a memória de figuras essenciais da cultura brasileira.