por Redação MundoMais
Terça-feira, 14 de Janeiro de 2025
O Vaticano aprovou novas diretrizes que permitem que homens gays ingressem em seminários, desde que mantenham o celibato. A decisão, válida apenas para a Itália, foi divulgada pela Conferência dos Bispos Italianos nesta quinta-feira (09), e terá um período experimental de três anos.
As orientações atualizadas indicam que a orientação sexual de um candidato deve ser considerada como parte de sua personalidade, sem ser um critério exclusivo de admissão. Apesar disso, o documento mantém o ensino de que as “tendências homossexuais profundamente enraizadas” são desqualificantes, mas esclarece que a castidade é um fator determinante.
A decisão representa um ajuste em relação a instruções anteriores, como o documento aprovado em 2016 pelo Papa Francisco, que retomava diretrizes de 2005 do Papa Bento XVI, proibindo homens com tais tendências de entrar no sacerdócio. As novas diretrizes permitem uma interpretação mais aberta dessas regras, pedindo que a orientação sexual seja avaliada junto com outros aspectos da personalidade do candidato.
Espaço para a população LGBT+
O Papa Francisco já se posicionou em diversas ocasiões sobre a necessidade de avaliação cuidadosa dos seminaristas. No entanto, o pontífice gerou polêmica em maio do ano passado ao usar termos pejorativos para se referir à população LGBT+, o que provocou críticas de diferentes grupos.
Grupos como o New Ways Ministry, que apoia católicos LGBT+, consideraram a nova decisão um avanço. Francis DeBernardo, diretor da organização, afirmou que as diretrizes trazem mais clareza e promovem igualdade no tratamento de candidatos heterossexuais e homossexuais.
“Isso esclarece declarações ambíguas anteriores sobre candidatos gays ao seminário, causando muito medo e discriminação. E esse esclarecimento trata candidatos gays da mesma forma que candidatos heterossexuais são tratados. Esse tipo de tratamento igualitário é o que a Igreja deveria visar em relação a todas as questões LGBT+”, afirma DeBernardo em matéria do Estadão.