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Espetáculo estreia no Rio de Janeiro com debate sobre identidade e afeto

Peça protagonizada por mãe e filho na vida real aborda dilemas entre uma mãe lésbica e seu filho trans.

por Redação MundoMais

Quarta-feira, 26 de Março de 2025

A Queerioca estreia no dia 29 de março, às 18h30, a peça “Por que não cantando?”, com dramaturgia e direção de Laura Castro, protagonizada por Sarah Cintra e Felipe Maia — mãe e filho também fora dos palcos. A montagem integra a trilogia dramatúrgica “Contra o Vento”, iniciada em 2013 com Aos nossos filhos, e marca o Dia Internacional da Visibilidade Trans.

O espetáculo acompanha Tânia, mãe lésbica que, mesmo após sofrer preconceito ao se assumir nos anos 2000, se vê repetindo os mesmos julgamentos com o filho trans, Davi, em fase decisiva de sua transição. A obra, baseada em experiências reais dos intérpretes, questiona os limites da aceitação e propõe um olhar sensível sobre a luta por reconhecimento.

A montagem, em forma de doc-ficção, mistura realidade e ficção ao revelar conflitos íntimos e afetos familiares. “A peça nasce da força desses laços e da urgência de ouvir vozes que resistem antes mesmo de existir”, diz Felipe Maia.

Da cena ao livro e ao cinema

O texto será publicado pela Editora Candido no primeiro volume do novo selo de obras teatrais LGBT+ contemporâneas da Queerioca. A dramaturgia também já está sendo adaptada para o cinema em parceria com a cineasta Maria de Medeiros, em uma coprodução franco-brasileira.

Vozes, corpos e travessias

Com trilha original de Angeliq Farnocchia, que também dirige musicalmente o espetáculo, e cenografia de Cristina Flores em colaboração com o coletivo Opavivará, a encenação evoca o conceito de “corpo em travessia”, inspirado nos estudos de Paul Preciado. A canoa-cama de Davi simboliza esse percurso.

O espetáculo se estrutura em semi-arena, com o público disposto como num grupo de apoio, reforçando a troca direta e o acolhimento como instrumentos de transformação.

Teatro como resistência

“Em um mundo onde discursos autoritários ganham força, reafirmar os valores de respeito e dignidade é um ato de resistência”, afirma Sarah Cintra, intérprete de Tânia.

A Queerioca também inaugura com essa estreia seu calendário de produções inéditas, publicações e cursos que fortalecem a presença da cultura queer na cena teatral carioca.

Serviço:

• Peça teatral: “Por que não cantando?"
• Local: Queerioca – Travessa do Comércio, 16 (Arco do Teles), Centro, Rio de Janeiro
• Temporada: de 29 de março a 22 de junho, de quinta a domingo
• Horário: 18h30
• Ingressos: R$ 40 (inteira) | R$ 20 (meia) – à venda na Sympla
• Duração: 60 minutos
• Classificação: 12 anos
• Capacidade: 30 lugares